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Os lápis movem-se quase que sozinhos, de forma a criar o que está na minha imaginação... vivo entre cavaleiros e princesas, cavaleiros e fadas num mundo só meu, que só eu conheço!
Os meus cadernos só falam de mim...

1- Cavaleiro dos sonhos

2- Rua das maravilhas

3- Pés de fada

4- Jardim dos chupas-chupas

5- Fada do Inverno

Menina do vento de cor

Perguntavam à menina qual o seu presente pretendido... "Tão próximos do Natal!" exclamavam as vizinhas, "Tantos presentes a comprar..." queixavam-se os parentes atarefados.... "Tantas contas à vida..." suspiravam os pais enquanto fingiam tudo deixar nas mãos dos meninos milagrosos que distribuem presentes... Ela nunca respondia, punha o seu habitual ar sonhador e nada pedia... nada queria!

Olhando os preparativos de ceias fartas, cheirava os bolos no ar logo de manhã e continuava a não abrir os sonhos a ninguém... nada pedia, nada queria...
"Conta-me a mim... eu não digo a ninguém! juro" Dizia-lhe a avó baixinho na esperança de um segredo..

Os dias iam findando e a menina nada pedia, nada queria...

Observava a azáfama diária e pensava só para si..."Se eu pedir um sopro de vento colorido onde o poderei guardar? Na minha caixinha de lápis de cor? Não!!! Não se pode fechar o vento pois não?? No meu mealheiro... será que cabe? Não! Pode escapar pela ranhura na base... Na casinha das bonecas?? Não se sente só, mas seria o fim da casinha... uma brisa dentro de casa pode ser um vendaval... Onde? Onde? Onde se guarda um sopro de vento colorido??? E de que cor vou pedir o vento? Azul é a minha cor preferida... mas tambem gosto do Laranja... mas tambem gosto do verde... mas...."

E a menina ficava a matutar na sua desejada brisa de cor... nada mais queria, nada pedia...

Os sonhos...

Os sonhos...

São assim mesmo, poucas vezes se realizam, mas sempre nos perseguem... dão-nos alento, coragem, combustível para continuar, e ao mesmo tempo tiram-nos o sono, o sorriso e desesperam por tanto tardar...

Talvez um dia quem sabe...

Os apaixonados trocam beijinhos...

Estar apaixonado é assim como pintar uma tela em branco... nada de novo se cria a partir do vazio... apenas se juntam cores que nunca tinham ficado bem antes para desnortear de vez os movimentos artísticos instalados...

De uma só pincelada caiem por terra as perspectivas estudadas, as frases ensaiadas ao espelho, as aparências por tanto tempo guardadas!!!

Com um só movimento acabam as certezas e as incertezas, começam e acabam as normalidades....

Com uma só cor podemos pintar um quadro inteiro e com um só modelo demonstram-se todas as variantes da alma!

E depois descobrimos que para fazer uma obra de arte só são necessários beijinhos...

Aras

Cabeças Flutuantes

Alguém me perguntou um destes dias qual o acontecimento positivo mais importante da minha vida... que coisa... perguntar assim sem pudor nem respeito uma coisa tão pessoal e na qual penso tão pouco. Parece-me que me dedico muito mais a momentos pouco positivos... que eu saiba infelizmente só se cresce a levar na cabeça e nunca ninguém ficou mais sábio ou mais maduro a ser feliz...

Mas enfim... após uma reflexão ponderada lá encontrei uma resposta...

Pintei-nos aos dois numa tela branca e descobri que a melhor coisa do mundo é ter-te encontrado!

Assim mesmo. Pode ser batida mas é a resposta mais verdadeira que posso dar!

Nós juntos numa tela até ao fim dos tempos.

Os dias são cada vez mais pequenos, e o meu tempo não cabe no tempo que disponho... Olho talvez demasiado para as horas que passam e não para as horas em si. Aproveito para escrever para o tempo a pedir mais tempo...
Estamos presos à ideia de finito e nos momentos breves que vivemos, não percebemos que só temos um único momento que fica igual para sempre, imutável, permanente e eterno. Estamos eternamente presos ao tempo presente... e a mim falta-me o a calma para aproveitar o tempo...