quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Menina do vento de cor


Perguntavam à menina qual o seu presente pretendido... "Tão próximos do Natal!" exclamavam as vizinhas, "Tantos presentes a comprar..." queixavam-se os parentes atarefados.... "Tantas contas à vida..." suspiravam os pais enquanto fingiam tudo deixar nas mãos dos meninos milagrosos que distribuem presentes... Ela nunca respondia, punha o seu habitual ar sonhador e nada pedia... nada queria!
Olhando os preparativos de ceias fartas, cheirava os bolos no ar logo de manhã e continuava a não abrir os sonhos a ninguém... nada pedia, nada queria...
"Conta-me a mim... eu não digo a ninguém! juro" Dizia-lhe a avó baixinho na esperança de um segredo..
Os dias iam findando e a menina nada pedia, nada queria...
Observava a azáfama diária e pensava só para si..."Se eu pedir um sopro de vento colorido onde o poderei guardar? Na minha caixinha de lápis de cor? Não!!! Não se pode fechar o vento pois não?? No meu mealheiro... será que cabe? Não! Pode escapar pela ranhura na base... Na casinha das bonecas?? Não se sente só, mas seria o fim da casinha... uma brisa dentro de casa pode ser um vendaval... Onde? Onde? Onde se guarda um sopro de vento colorido??? E de que cor vou pedir o vento? Azul é a minha cor preferida... mas tambem gosto do Laranja... mas tambem gosto do verde... mas...."
E a menina ficava a matutar na sua desejada brisa de cor... nada mais queria, nada pedia...

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